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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

...era cedo ainda quando saí, no caminho normal e mesmo assim sempre diferente, foi ele (o vento) que me trouxe a música, há tempos não ouvia, cantarolei aos poucos e repetia "eu só acredito em vento que assanha cabeleira,quebra portas e vidraças e derruba prateleiras, se fizer um assovio esquisito na descida da ladeira" e dali por diante: "eu só acredito em chuva, se molhar minha cadeira de palhinha na varanda, minha espreguiçadeira, se fizer poça na rua acredito nessa chuva de peneira. Eu só acredito em lama se for escorregadeira como casca de banana, tobogã de fim de feira...".

Então, enquanto cantava, fecharam a rua, queimaram pneus e fizeram manifestação; a moça mal humorada me deu a bolsa pra segurar; o senhor de cabelos brancos cedeu o lugar pra mulher grávida e eu pra ele; a enfermeira atendeu o bebê na emergência porque era particular; fiz os exames para satisfazer a médica; alguns esqueceram da reunião e eu gostei, ganhei mais tempo; a chuva passou rápida e as minhas pastas digitais estão cheias de lixo dos outros!

Mas, então o disco todo foi colocado pra tocar: Vivo! é do Alceu, é um dos preferidos!

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